terça-feira, 16 de julho de 2013

A chuva turva.

Você só podia estar triste
estava tão quieta
olhava a chuva fria
através da janela aberta

A casa toda ficou escura
quando a energia acabou
você estava tão indiferente
que quase não notou

O que se passava
na tua ágil cabeça
sem querer dar ordens
mas querendo que te obedeça

Parecia paranóia de criança
enquanto você admirava
uma árvore velha
que no outro lado balançava

As folhas estavam como você
imóveis em meio a tempestade
sabendo que o sol viria
quando fosse mais tarde

Quis lhe tocar, você recuou
chamei sua atenção, você ignorou
acendi as luzes, você não piscou
então eu parti, você não chorou


Originalmente escrito em 31/05/1997 .

Estrela, flor, donzela ...

Oh estrela mais brilhante
no céu fogo errante
indicadora do lumiar
vista de qualquer lugar

És tu que acende a vida
ilumina a estrada comprida
permita-me te seguir
pelo caminho onde possa ir

Sei que teu brilho cintilante
como minha respiração ofegante
com sua chama exagerada
representa minha amada

Meu amor é mortal
e meu desejo tão brutal
que vou lhe buscar
para minha amada presentear

Usarei a flor do céu
na lapela, diante do véu
Quando subir ao altar
para meu amor entregar

Neste momento então
ao que todos verão
meu presente virá brilhando
e meu matrimônio iluminando

Com a flor do céu na lapela
uma estrela-presente na capela
será o momento de olhar para ela
e beijar minha doce donzela

Estará agora realizado
meu desejo tão desejado
de ser feliz completamente
tendo minha amada eternamente!


Originalmente escrito em 25/03/1998 as 03h10min.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Crepusculo e Aurora

Deixo-te para trás
imersa na minha mente
no meio de lembranças
com fim n'um verão quente

Não olho para o passado
lembro-me só de partir ;
deixei n'um voo crepitante
na intensa vontade de sumir

E ordeno-te com força
pois estou provido de razão
- Fica-te em casa São Paulo!
E morará no meu coração

O fim de toda esta fase
se compreende n'um capitulo
e minha vida agora se altera
com um crepúsculo lindo e ridículo

E bem cedo ganhará
O brado do novo grito
com nova letra e fase
a ser vivido e escrito

Há necessidade para amar
neste momento, para mover
é preciso amá-la e ainda
saber como a entender

Serei abençoado com amor
da bela terra então nascente
serei acolhido como filho
deste cerrado ainda crescente

E me motivo com esperança
para com a aurora acordar
e neste destino escolhido
poder então recomeçar!


Originalmente escrito em 08/03/1998 as 23h03min .


Soneto de admiração

Sentou-se em seu jardim
olhou para os lados em circulo
admirou uma pequena folha
sem dar-lhe qualquer vinculo

Levantou-se e caminhou
tornou-se a sentar mais adiante
admirou uma jovem formiga
e a imagem de uma semelhante

Ajoelhou-se e então rastejou
de encontro ao sola a brilhar
e nem sequer precisou piscar

Deitou-se na grama macia
admirou o orvalho da árvore tombada
e saiu sorrindo por entre a tarde ensolarada!


Originalmente escrito em 29/08/1997 as 17h47min

terça-feira, 2 de julho de 2013

Como chuva!


A chuva anunciando tua chegada
hoje cedo, lenta e calma
mais tarde uma chuva apressada
como a pressa contida na tua alma

Uma chuva silenciosa e tocante
como teus passos ao chegar
entrando sem fazer alarde
como se não quisesse me assustar

A chuva de pingos curtos e incontáveis
como os beijos que te prometi
que de tão leves e suaves
são percebidos somente por ti

Como um pássaro que bebe da chuva
me alimento apenas da tua presença
que mantem meu corpo vivo
e minha mente cheia de esperança.

Originalmente escrito em 08/06/2003 as 07h57min .